quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Danone Parte II - Entrevista com RH

Passaram-se 24 horas e lá voltei eu pra Poços de Caldas, pra participar da entrevista com a P.B., do RH da Danone. Como já era esperado, por mim mesma, o nervosismo estava super aflorado e esse nervosismo causou em mim uma espontaneidade exacerbada. Resumindo, acabei falando mais do que devia, tive "brancos" e em algumas situações não completei meu raciocínio.

Quem me conhece, sabe que isso é algo muito incomum. Mas, é como eu digo, quanto mais você quer algo, maior o nervosismo. A entrevistadora era muito legal e conduziu a entrevista de uma maneira bastante tranquila, quem ficou nervosa à toa fui eu mesma.

Diferentemente do que já ouvi falar, não fizeram perguntas sobre meus defeitos, qualidades, minha relação com a família, o que eu gosto de fazer etc. Ela perguntou sobre o processo, se eu tinha gostado de mim mesma e, acredite ou não, questões relacionadas. Tudo que a gente sai e fica pensando, martelando e tentando voltar o tempo pra modificar uma atitude ou outra que saiu diferente do esperado, que resultou em um duplo sentido etc.

Devo ser sincera ao dizer que desde o dia 14 (que fiz a dinâmica e entrevista coletiva) tenho pensado no que fiz, o que poderia melhorar e o porquê de ter passado pra outra fase. Algumas respostas surgem, outras ficam ocultas e a cada dia só aumentam as minhas próprias perguntas sobre mim mesma.

A cada segundo eu quero voltar no tempo, fazer tudo novamente, falar de um jeito melhor aquilo que está dentro de mim de verdade, mas isso é impossível. O que tinha que ser já foi e agora eu fico esperando e controlando a expectativa. E sobre isso, aconteceu algo interessante. A P.B. disse pra eu controlar a ansiedade e expectativa em relação à resposta e eu disse: “there´s no way” e ela disse, “there´s a way”.

Fiquei pensando horas e mais horas, dizendo pra mim mesma que não poderia ter dito isso, que passei uma visão de ansiedade até prejudicial. Mas essa madrugada, ao tentar voltar no tempo e mudar essa frase, pensei que deveria ter perguntado qual era esse “way”, porque a verdade é que meu coração está na boca, meu pensamento está nisso e eu estou sim fazendo várias outras coisas, mas nem cogito sair sem meu celular.

É isso, sei que esse post não foi tão informativo quanto poderia ou deveria ser, mas encare como um desabafo. Quando souber o resultado, eu posto aqui e compartilho o feedback.



Entrevista Danone - Parte I

Ontem, dia 24, lá fui eu na Danone (Poços de Caldas) pra entrevista com os gerentes  da área e eu amei. Amei tudo, amei a vaga, amei o lugar e amei mais ainda a Danone. Fui encaminhada para o DAL, um departamento que cuida da parte de compra de leite. Lá, me falaram sobre as duas vagas disponíveis e acho que isso é interessante, pois mostra como o engenheiro de alimentos pode atuar na parte de compras.

Primeiro, quero falar sobre como foi a entrevista em si e depois sobre como são essas vagas. Quando cheguei na Danone já achei tudo lindo. Fui até a recepção e assisti um vídeo que é mostrado à todos os visitantes, o mesmo fala um pouco sobre a Danone e tem como foco principal instruir o visitante sobre a segurança e as normas dentro da fábrica.

Um rapaz, da FZEA, também estava lá para entrevista (é isso aí FZEA). Fomos acompanhados pelo Fernando (que trabalha na Qualidade) até a administração onde seríamos entrevistados. Quando a entrevista dele terminou, lá fui eu, toda nervosa, toda esperançosa.

Fizeram algumas perguntas sobre como foi dinâmica, porque eu achava ter passado e outras do tipo. Aí, começou a parte mais legal: conhecimento das vagas. Dentro do DAL havia a vaga de fomento e a vaga de análise de mercado.

A de fomento está relacionada à fomentação de novos produtores parceiros da Danone, verificação do cumprimento das normas Danone, suporte aos produtores, treinamentos e isso aí. Cada palavra que eles falavam eu pensava, é essa vaga, é essa vaga.

Aí, veio a parte de análise de mercado. Nessa vaga, as principais funções são a busca de informações e dados que podem ser manipulados para previsão e análise do mercado de leite. Até mesmo a influência da safra de soja no preço da ração e por aí vai. A função também tem como objetivo auxiliar o produtor em suas decisões. Tudo, logicamente, objetivando a maior qualidade do leite aliada ao menor preço, pra permitir que a Danone exerça da maneira eficiente, como faz, a liderança no mercado de produtos lácteos frescos.

Já em relação à vaga de análise, eu pensei, é legal(zinho), mas a outra é mais legal. Até que tudo mudou e a confusão começou. À medida que o gerente que trabalha com análise de mercado falava, alguns mitos caiam e a vaga parecia mais e mais legal. Até chegar ao ponto mais confuso pra mim: se eu tivesse que escolher, qual escolheria? Desde ontem tenho pensado nisso e não sei. Eu gostei das duas de um jeito tão intenso que fico incapacitada de dizer, fomento é mais legal ou análise é mais legal.

Pelo menos, acho que eles que decidem. De qualquer maneira, eu estou na expectativa de ser chamada, mas sei que os candidatos que ali estavam são tão competentes quanto eu, senão mais competentes. Porém, não sei se há alguém com mais vontade e, eu voltaria ao texto do Guy Nadivi, “Why you shouldn´t hire a perfect job candidate”, já comentado nesse blog.

Hoje, tenho a entrevista com o RH e meu coração já está na boca novamente. Mas, uma coisa fundamental em tudo isso é a experiência que estou tendo, o aprendizado, a certeza que se eu não passar vou ter um feedback e saber o porquê, e a esperança e fé em Deus, sabendo que se for da vontade Dele, como é da minha, vou passar.

Assim, já podemos ver a atuação do engenheiro de alimentos na compra de leite de uma maneira mais real. É isso aí. Amanhã eu volto falando como foi a entrevista com o RH.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pra frente ou pra trás? Pra onde o mundo vai? Uma visão do mercado leiteiro norte-americano

Talvez vc pense: o que esse título tem a ver com esse blog? Luiana está luianando. Rsrs. Mas quem dera estivesse eu viajando no título. Essa foi a pergunta que irrompeu quando li um texto publicado essa semana no famoso jornal The New York Times, entitulado Vendas de leite cru podem revigorar as fazendas leiteiras dos EUA (Raw Milk Sales Could Reinvigorate U.S. Dairy Farms).

O texto fala sobre a crise no mercado leiteiro norte-americano, sobre o preço irrisório de $1,11 pago por galão (aproximadamente 4 litros) de leite pasteurizado, o que é 66 cents menos que em julho do ano passado. Até aí nada muito bom e nada muito novo também. O problema surge quando o leite não pasteurizado atinge valores de 5 a 7 dólares o galão
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Não há intermediários e as pessoas estão dispostas a pagar mais pelo leite cru e produtos relacionados, diz o presidente da Price Foundation (produtos orgânicos e leite não pasteurizado direto ao consumidor). Ainda diz que quanto pior fica a crise leiteira, mais e mais atrativo se torna o leite cru
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Nos absurdos citados ainda chegam a dizer que a pasteurização mata enzimas e bactérias benéficas que ajudam na digestão, além de diminuir as vitaminas e, que o consumo de leite cru diminui a incidência de cáries, infecções, alergias e asma. Lógico que referências não são citadas. E é óbvio que se compararmos o consumo de leite cru e o não consumo de leite realmente há a diminuição da incidência de cáries
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Um dos fundamentos do mercado é mostrado na frase de Cristianna Gibbs (esposa de um produtor): “Nós precisamos voltar ao básico. As pessoas querem saber de onde vem sua comida”.


Com certeza queremos saber de onde vem o nosso alimento, mas retroceder com argumentos de que no passado era assim e que a FDA permite a comercialização de queijos maturados feitos com leite cru me deixam inconformada
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São três páginas e a cada linha meu descrédito só aumentou. Cheguei a cogitar a interpretação do inglês, mas a cada novo argumento essa possibilidade ruía
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É lógico que os EUA possuem uma automação maior que o Brasil e isso pode até ser demonstrado na ordenha de seus rebanhos, mas nada que garanta a segurança alimentar de um leite não pasteurizado. E friso que isso não tem nada a ver com o consumo do leite tirado da vaquinha no quintal ou no sítio, isso tem a ver com vendas de leite não pasteurizado em mercados e mercearias.


Termino essa indignação dizendo que a frase mais sã que li foi a de John Sheehan (diretor da FDA – divisão de plantas e produtos lácteos) que diz que o leite não pasteurizado não deve ser consumido por ninguém, em nenhum momento por nenhuma razão. Essa frase me fez pensar que cinco anos de engenharia de alimentos não foram em vão. UFA
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